Falar ou não falar das ações sustentáveis e solidárias?
Em estudo que avaliou o sentimento global do consumidor em relação à pandemia do novo coronavírus, a Kantar descobriu que 77% dos entrevistados esperam que as marcas sejam úteis no que se tornou “a nova vida cotidiana”. E 75% dos respondentes acreditam que as marcas devem informar o público sobre seus esforços para combater a situação.
Mas, é preciso cuidado: 75% dos entrevistados não aprovam exploração da crise para promover uma marca. É preciso tratar o tema com cuidado, respeito e empatia com os envolvidos, com o contexto da causa.
Um exemplo do que não fazer? A marca norte-americana de cerveja Coors Light criou uma campanha chamada “Official Beer of ‘Working’ Remotely”, colocando-se como a “cerveja oficial do home-office” durante a pandemia. A propaganda foi altamente criticada e suspensa.

A adesão a uma causa é mais favorável quando é bem divulgada na mídia (71%) e também recomendada nas redes sociais (59%).
O apoio à causa não pode justificar aumentar o valor cobrado pelo produto ou serviço (70%) e deve estar alinhada aos valores da empresa (66%).
As marcas devem pensar em como colaborar para promover o desenvolvimento sustentável, social, econômico e ambiental com ações que tragam benefícios para a cadeia produtiva e para a comunidade.
Falar dessas ações é uma forma de envolver o público, mas a pesquisa Ipsos também traz outro dado relevante para a comunicação da causa: consciência social, provocar reflexão sobre como as pessoas podem fazer diferença.
O Movimento Arredondar é uma ONG que arrecada microdoações através de parcerias com varejistas. Também desenvolvemos projetos especiais com marcas, apoiando a estruturação e comunicação de campanhas relacionadas à causa, curadoria de organizações sociais e gestão de repasse das doações e consultorias para ações com foco em investimento social e doações.
Por Laís Rodrigues e Sulamita Santana
Publicado em 4 de Setembro de 2020